O uso da telemedicina durante o isolamento social evidenciou que ela é um caminho sem volta. A prática foi regulamentada com o intuito de atender a este período de exceção, mas os resultados obtidos servirão como excelente parâmetro para que as autoridades tenham mais condições de avaliar e determinar suas regras de utilização depois que a fase de emergência sanitária terminar, pois a tendência é haver expansão na cobertura à telemedicina. Isso ocorrerá à medida que os consumidores ganhem experiência com a tecnologia e exijam cada vez mais acesso a serviços baseados nesse sistema.
A telemedicina tem potencial de, assim, melhorar a experiência do paciente, além de proporcionar redução de custos a eles e às operadoras de saúde.
Veja cinco tendências que devem se popularizar:
1 – Teleconsulta
É a face mais conhecida da telemedicina e provavelmente será a que se expandirá mais rapidamente. Plataformas e aplicativos oferecem a possibilidade de o médico ter um “consultório virtual”, que agenda consultas, permite prescrição eletrônica e até pagamento por meio da solução. O profissional precisa ter apenas conexão de internet compatível com videoconferência. Agiliza atendimento a residentes de regiões longínquas.
2 – Monitoramento remoto e engajamento
A tendência é reforçar a digitalização da jornada do paciente, principalmente o crônico, para permitir melhores formas de acompanhamento por meio de aplicativos e de tecnologias em nuvem. Big data e IoT podem ser ainda mais utilizados para possibilitar interação e comunicação segura e em tempo real entre todos. Uma equipe monitora os sinais vitais e interage com os pacientes por videoconferência, chat, ou mesmo por telefone, oferecendo orientações. É uma maneira de também contribuir para elevar o engajamento ao tratamento.
3 – Parcerias internacionais
A criação de laços entre operadores de saúde locais com hospitais e instituições internacionais de prestígio vão ampliar as possibilidades de atendimento não presencial por clínicas ou hospitais com grande especialização e reconhecimento. Outra vertente de parcerias é permitir que pesquisadores médicos contem com a participação de grandes populações ao redor do globo, o que pode render ensaios clínicos mais rápidos e consistentes.
4 – Telediagnóstico e laudos a distância
O uso de plataformas em nuvem expande as possibilidades de laudos feitos remotamente, permitindo que especialistas renomados que se encontram em locais distantes possam analisar imagens, gráficos e dados para dar um parecer seguro sobre o exame e o diagnóstico. Este modelo permite também que médico receba, diretamente, os resultados.
5 – Telecirurgia
Neste caso, o procedimento acontece em um local onde o cirurgião não está presente, por meio de teleconferência ou com o uso de um robô, que é guiado a distância. A vantagem é contar com especialistas em qualquer lugar do mundo, desde que tenham acesso a equipamentos e conexões potentes, também necessários no hospital onde será feito o procedimento. No entanto, sua disseminação será mais lenta, pela alta complexidade envolvida.
As tendências geradas pela telemedicina já estão impactando e vão impactar ainda mais diversos players da cadeia de saúde e bem-estar envolvidos na jornada de diagnóstico e tratamento, assim como seus processos. É importante que o mercado esteja atento e preparado para essa movimentação para continuar gerando valor em todo ciclo de negócios dessa cadeia.
Sobre o autor
Mario Souza é Gerente de Soluções da Interplayers – O HUB de negócios na Saúde e Bem-Estar.